A Justiça Eleitoral realizou, nesta terça-feira (10), uma audiência de instrução e julgamento que pode definir o futuro político da prefeita de Pimenteiras, Maria Lúcia de Lacerda. A sessão ocorreu na sede da 89ª Zona Eleitoral, em Valença do Piauí, como parte da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que apura possíveis irregularidades cometidas durante o período eleitoral de 2024.
A denúncia, movida por adversários políticos e reforçada por documentos oficiais, acusa a atual gestão de abuso de poder político e econômico. Segundo a ação, a Prefeitura de Pimenteiras teria promovido a contratação irregular de mais de 900 pessoas durante o período eleitoral, desrespeitando normas legais que proíbem esse tipo de prática.
Entre as irregularidades apontadas estão a ausência de processos seletivos, contratações sem licitação e até a divisão de salários entre servidores temporários. Além disso, investigações preliminares revelam que muitos desses contratados foram dispensados logo após o encerramento das eleições, sem justificativa formal.
“A utilização da máquina pública para beneficiar uma candidatura compromete seriamente a lisura do processo eleitoral”, afirmou o advogado Danilo Feitosa, que acompanha a acusação. “Não se trata apenas de um excesso administrativo, mas de uma estratégia para desequilibrar o pleito.”
Outro representante jurídico, Luiz Francivando, também criticou duramente a conduta. “O caso expõe um problema estrutural: a instrumentalização da esperança de centenas de pessoas por fins eleitorais. Esse tipo de conduta desrespeita o eleitor e enfraquece a democracia.”
Durante a audiência, foram ouvidas testemunhas, ex-servidores contratados no período investigado e analisados documentos enviados pelo Tribunal de Contas e pelos sistemas de transparência do município.
O julgamento do mérito ainda não tem data para ser finalizado, mas a audiência desta terça marcou o início da reta final do processo. Se as acusações forem confirmadas, Maria Lúcia de Lacerda poderá ter o diploma cassado, ficar inelegível por até oito anos e o município poderá ser convocado a realizar novas eleições.
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