O período do carnaval favorece o aumento de
determinadas patologias, principalmente por algumas situações comuns durante a
folia. A aglomeração de pessoas, muita exposição ao sol, calor, chuva, má
alimentação, falta de higiene, beijo na boca e relação sexual desprotegida são
portas de entrada para enfermidades.
Assim, nesta época do ano, centenas de pessoas são
acometidas por males como doenças respiratórias virais, conjuntivites, doença
do beijo (Mononucleose), hepatites e outras IST’s.
Conjuntivite
A conjuntivite é muito comum durante o carnaval
por conta da aglomeração de pessoas em um único lugar. Conjuntivite é a
inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da
frente do globo ocular e o interior das pálpebras. Ela pode ser causada por
reações alérgicas a poluentes e substâncias irritantes ou por vírus e
bactérias. Nesses casos, a doença é contagiosa e pode ser transmitida pelo
contato direto com as mãos, com a secreção ou com objetos contaminados.
Gripe
e outras viroses
A aglomeração de pessoas e a baixa imunidade
facilitam a transmissão das doenças de via respiratória como a gripe e outras
viroses. Por isso, o ideal é que o folião beba bastante água para manter o
corpo hidratado e alimente-se bem, evitando comer besteiras ou ficar durante
longos intervalos sem ingerir alimento.
Mononucleose infecciosa
A “Doença do beijo” é o termo popular para a
doença Mononucleose Infecciosa, causada por um vírus da família herpes vírus,
chamado de Epstein Baar Vírus. É uma doença transmitida por gotículas e por
secreções sexuais com maior incidência na população jovem e adulta. Segundo a
médica infectologista e docente do IDOMED, Dra. Ellen Dellaspora, a doença pode
ser assintomática ou desencadear sintomas como febre, odinofagia (dor ao
engolir) com placa esbranquiçada ou cinza-esverdeada em amígdalas,
linfonodomegalia cervical simétrica, fadiga e mal-estar.
“Os sintomas duram, em média, duas semanas, mas a
fadiga pode perdurar por meses. Na fase aguda da doença, pode-se utilizar
medicamentos sintomáticos com anti-inflamatórios não esteroidais e analgésicos
comuns na vigência de dor e/ou febre”, explica.
Infecções sexualmente transmissíveis
O sexo desprotegido, principalmente entre os jovens, tem um aumento
significativo durante o carnaval - mesmo com todas as campanhas de
conscientização sobre o sexo seguro e as diversas infecções sexualmente
transmissíveis (IST’s) causadas por vírus, bactérias, parasitas ou outros
microrganismos. As IST’s mais comuns são gonorreia, hepatite A, Hepatite B,
Hepatite C, Sífilis, Herpes genital, HPV e HIV.
Segunda a Dra, existem medidas que podem ser tomadas para evitar a proliferação
dessas doenças. “Sem dúvida a relação sexual desprotegida é a causa principal
de IST’s neste período, porém, discussões como esta deveriam ser realizadas
durante todo o ano por meio de campanhas educacionais e aconselhamento sobre
formas de evitar ISTs para todo público sexualmente ativo. Além disso é
importante reforçar a orientação quanto ao uso correto dos preservativos
masculino e feminino e da manutenção da carteira de vacinação em dia, em especial
para Hepatite A, Hepatite B e HPV”, afirma a médica infectologista.