Um novo golpe em pagamentos via Pix foi identificado pela empresa de segurança digital Kaspersky nesta quinta-feira (26), capaz de fraudar compras online ao alterar o destinatário no momento da transferência. Nomeado de GoPix, o vírus se trata de um programa malicioso, que infecta o computador do usuário e tem a capacidadede afetar qualquer site que aceite o Pix como forma de pagamento.
A descoberta foi feita pelo pesquisador Fábio Marenghi, que identificou pontos de infecção em um site falso do WhatsApp Web e em um instalador do GoPix que usava o site dos Correios como isca.
O vírus age espionando a vítima até o momento de uma compra online via Pix, quando ele detecta a oportunidade de agir. Ele funciona apenas quando o usuário escolhe a modalidade de copiar e colar o código Pix. O GoPix substitui o código copiado pela vítima por outro código, direcionando a transferência para a conta do criminoso.
Para evitar esse golpe, os usuários devem verificar o destinatário do Pix, que será diferente da loja ou instituição legítima para a qual a transferência deveria ser feita. Além disso, é importante baixar programas apenas de fontes oficiais, verificar erros ortográficos nos endereços dos sites, checar a presença de criptografia na URL (iniciada por "https") e ter um antivírus instalado.
O GoPix adota estratégias para evitar a detecção, como verificar se a pessoa acessando o site falso possui comportamento humano e apresentar a opção de download do vírus somente para usuários reais. Além disso, o programa é disponibilizado em um formato de arquivo compactado (.zip), dificultando sua detecção.
É importante destacar que, em smartphones Android, já foram identificados vírus que desviam Pix no aplicativo bancário ou realizam transações fraudulentas de forma remota, um golpe conhecido como "mão fantasma."
Embora vírus que monitorem a área de transferência não sejam novidade, esta é a primeira vez que a Kaspersky identificou um programa dedicado a fraudar o Pix. A empresa afirma que já bloqueou o GoPix no Brasil em cerca de 10 mil ocasiões até outubro deste ano. No entanto, esse número se aplica apenas a usuários que têm o antivírus da Kaspersky instalado.