Pelo menos 64 professores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), que participam do movimento grevista, tiveram desconto em seus salários após o corte do ponto. Segundo a Associação dos Docentes da UESPI (ADCESPI), quase todos os membros da entidade e do comando de greve foram afetados.
“É uma novidade que também pode ser chamada de arbitrariedade e desumanidade, a gente traduz desse modo. Estamos em uma greve legal, é isso o que diz o poder Judiciário, e hoje fomos surpreendidos com o corte nos nossos salários”, disse Lucineide Barros, coordenadora-geral da entidade.
“Boa parte dessas pessoas que tiveram os salários cortados estão em regime de dedicação exclusiva na Uespi, portanto tem uma única fonte de renda, que é a condição de alimentar as suas famílias. Entendemos que não ha ninguém que possa deixar de compreender a gravidade desse ato”, completou.
Uma liminar do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) reconheceu a legalidade da greve dos professores da Uespi, desde que respeitado o percentual de 70% para a prestação dos serviços essenciais de educação. A ADCESPI garante que tem respeitado a decisão e cobra mais dialogo do Governo do Estado.
“O governador tem sido buscado recorrentemente para negociar com os professores e professoras, mas se nega a isso. Ao invés de realizar aquilo que é sua obrigação, dialogar com seus colegas servidores, faz é adotar essa medida”, declarou Lucineide Barros.
Os professores da Uespi, que reivindica a recomposição de perdas salariais, está organizando, em conjunto com outras categorias do serviço, público que pleitam reajuste salarial, um ato público para a próxima semana. O movimento também deve reunir alunos e grupos sindicais.
“Terá a participação de diversos campi e estudantes, que também estão em greve em solidariedade aos seus professores e professoras, com a participação de várias organizações, em especial do movimento sindical, que também partilham essas mesmas reivindicações”, concluiu a sindicalista.
O Cidadeverde.com solicitou esclarecimentos da Secretaria de Administração do Piauí (Sead-PI) sobre o corte no ponto dos professores da Uespi, mas não recebeu nenhum posicionamento até a publicação desta matéria. O espaço segue em aberto para eventuais explicações.