A proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa abolir a jornada de trabalho 6x1 no Brasil, apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), já arrecadou 71 assinaturas, incluindo a bancada completa do PSOL e 37 deputados do PT. No entanto, para ser protocolada, a PEC precisa de 171 assinaturas na Câmara dos Deputados e mais 27 no Senado.
A escala 6x1, adotada em setores como comércio, saúde e serviços, foi instituída décadas atrás e obriga o trabalhador a trabalhar seis dias consecutivos, com apenas um dia de descanso. Embora esse modelo tenha sido amplamente utilizado para atender à demanda contínua desses setores, ele tem sido alvo de críticas. Especialistas e defensores da mudança apontam que a jornada extenuante compromete a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, dificultando o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
A campanha liderada por Hilton visa oferecer uma alternativa que garanta melhores condições de descanso, permitindo aos trabalhadores mais tempo livre para a vida pessoal, a família e o lazer. No entanto, a proposta enfrenta forte resistência de partidos de direita no Congresso, como o PL, que tem se mostrado reticente quanto à reforma. Apenas um deputado do PL assinou a PEC até o momento, enquanto alguns parlamentares de outras legendas de direita, como o União Brasil, Republicanos, PP, PSDB e Solidariedade, também apoiaram a proposta.
O impasse nas negociações sobre a PEC reflete o desafio de conciliar as necessidades dos trabalhadores com os interesses de setores empresariais que dependem de uma jornada de trabalho extensa para manter a produtividade. Para avançar, a proposição precisará de um esforço conjunto para superar as resistências e reunir o número necessário de assinaturas para garantir que a proposta seja discutida no Congresso.
Fonte: Portal R10