O município de Miguel Leão, vivenciou uma cena de intensa confusão política durante a posse da prefeita Neuza Araújo e do vice-prefeito Evandro Roberto, nesta quarta-feira (1º de janeiro). O momento, que deveria ser marcado pela união e celebração, foi ofuscado pela polêmica eleição da mesa diretora da Câmara Municipal.
O vereador Francisco Sousa, conhecido como Ruck, eleito com a maior votação no município e integrante da base da prefeita, foi escolhido presidente da Câmara com apoio da oposição, em uma manobra que revoltou vereadores aliados e a população presente no evento.
Inicialmente, o grupo político da prefeita, que contava com a maioria (5 dos 9 vereadores), havia acordado realizar um sorteio para escolher o próximo presidente da Câmara. No sorteio, o nome da vereadora Lívia Rodrigues, eleita com 92 votos, foi o escolhido.
Porém, dias antes da posse, Ruck, que também é cunhado da prefeita, surpreendeu ao romper o acordo e se aliar aos quatro vereadores da oposição. Em um encontro informal, que incluiu almoços e negociações, ele aceitou liderar uma chapa opositora e foi eleito presidente da Câmara com os votos da oposição e o próprio.
A decisão causou indignação. Durante a cerimônia, enquanto o vereador Ruck era anunciado como presidente, parte da população presente não poupou vaias, demonstrando revolta com o que consideraram uma traição política e pessoal.
A vereadora Jéssica Caroline, também da base da prefeita, não escondeu sua frustração e criticou abertamente o colega em uma nota publicada nas redes sociais.
“Foi falso, traíra e pensou só nele, passando por cima de tudo e de todos. Aceitou o sorteio, sabia do acordo e, no último instante, preferiu trair seus próprios companheiros por interesses pessoais”, desabafou Jéssica, deixando claro que não pretende seguir no mesmo grupo político que o novo presidente da Câmara.
A prefeita Neuza Araújo, visivelmente abalada, preferiu não se pronunciar durante o evento, mas pessoas próximas relataram que ela se sentiu profundamente traída, principalmente porque havia pedido votos pessoalmente para o cunhado.
A traição teve impacto até mesmo no cerimonial da posse. O cerimonialista responsável pelo evento, que não possui vínculos políticos, decidiu abandonar a cerimônia junto com sua equipe em protesto contra a situação.
Fonte: Portal R10