O ex-policial do Maranhão, Francisco Ribeiro dos Santos Filho, foi condenado a 9 anos de prisão em regime fechado pela morte do cabo Samuel de Sousa Borges. O crime aconteceu em fevereiro de 2019, quando a vítima foi morta na frente do filho, nas proximidades de uma escola na zona Leste de Teresina.
A sentença foi proferida na noite desta quinta-feira (29) pelo juiz Antônio dos Reis Noleto, após quase 12 horas de julgamento na 1º Vara do Tribunal do Júri da comarca de Teresina.
"Dessa forma, o réu fica condenado, definitivamente, a nove (9) anos de reclusão, devendo cumpri-la em regime fechado, em unidade prisional correspondente, observando-se o que consta do art. 33, § 2º, alínea “a”, do CP; e à multa de R$ 4.040, 00 (quatro mil e quarenta reais)", diz um trecho da sentença.
O crime
O crime aconteceu no dia 1º de fevereiro de 2019, quando o cabo da Polícia Militar do Piauí, Samuel de Sousa Borges, de 30 anos, estava indo deixar o filho em uma escola, quando se deparou com Francisco Ribeiro que estava em uma motocicleta sem placa e com duas armas.
Segundo investigação realizada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Samuel decidiu seguir o suspeito, e fez três abordagens. Em uma delas chegou a questionar se Francisco Ribeiro era policial, mas o homem afirmou que “não devia satisfação a Samuel”. Todas as abordagens foram filmadas pelo policial.
Foto: Arquivo Pessoal
Cabo Samuel Borges
No cruzamento das ruas Cândido Ferraz com Verbenas, bairro Jóquei Clube, zona Leste, os dois tiveram uma discussão. Samuel chegou a pegar o celular e filmou toda a situação. Francisco então fez três disparos contra o policial, que não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O filho da vítima foi socorrido por funcionários de uma escola próximo ao local da ocorrência.
"Ele filmou tudo, narrou tudo.... disse que estava fazendo a abordagem porque viu um cara em uma moto grande, sem placa e com o volume nas costas. Ele estava de folga, mas agiu como diz a lei, pois viu um sujeito que poderia ser um criminoso. O Samuel era um policial vocacionado, foi profissional até na morte. A filmagem mostra que Samuel não fez menção nenhuma de sacar a arma", disse o delegado Francisco Barêtta na ocasião das investigações.
Logo após o crime, Francisco Ribeiro foi preso e identificado como um soldado lotado no 11º Batalhão da PM de Timon, no Maranhão.