A Justiça determinou a soltura dos avós paternos do bebê Wesley Carvalho Ferreira, que morreu após supostamente ter sido queimado em um ritual, em dezembro do ano passado. A decisão foi proferida durante audiência realizada nesta segunda-feira (24).
A defesa informou que ainda pretende pedir que os pais passem por um exames para que seja analisada a capacidade mental deles.
Durante uma audiência, a Justiça determinou a soltura dos avós paternos. “Nós requeremos a soltura, pois não existe nenhuma materialidade do crime, não existe indício de autoria, foi uma investigação falha, onde não existe o mínimo de indício do que aconteceu”, afirmou o advogado de defesa, Smailly Carvalho.
O bebê Wesley Carvalho Ferreira tinha 1 ano e 9 meses quando desapareceu, no dia 29 de dezembro de 2021
Ao todo, 11 pessoas da família foram presas pela Polícia Civil, sendo que nove já estão em liberdade, e agora apenas os dois pais permanecem presos.
Investigação realizada pela Polícia Civil aponta que a criança teria morrido de fome após passar 14 dias em jejum como parte de um ritual. O corpo da criança teria sido queimado, mas os restos mortais nunca foram encontrados. Durante a investigação os policiais descobriram que a família cultuava um profeta, um adolescente de 12 anos, que é membro da família e era considerado uma espécie de Deus.
A defesa alega que não ocorreu um ritual e que a polícia deveria ter outras linhas de investigação. “O ritual é só da boca da polícia, mas não tem nada que leve a isso, não tem nenhum indício que foi isso que aconteceu, não tem indício de crime”, destacou.
Como os pais e os avós foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio e ocultação de cadáver, a defesa pediu para a Justiça que seja realizado um incidente de insanidade nos pais, para que seja analisado se os réus possuem capacidade mental.
“Como está sendo apontado um crime, entramos com um pedido de requerimento de insanidade mental, que é um exame para ver se eles estão em plena capacidade mental. Então fizemos esse pedido, que pode demorar mais de 2 meses para se ter uma resposta, e aí vamos fazer as alegações finais e aguardar a decisão judicial para saber se eles vão a júri popular”, destacou.