Ações criminosas no povoado Taboca do Pau Ferrado, na Zona Rural de Teresina, têm assustado moradores e comerciantes da região. Eles denunciaram que os bandidos estão cobrando uma 'mensalidade' no valor de R$ 250 para não assaltar os estabelecimentos.
A reportagem da TV Clube tentou contato com o secretário de segurança do Piauí e o delegado geral sobre o problema, mas nenhum dos dois quis gravar entrevista ou se pronunciar a respeito.
Uma vítima, que não quis se identificar, contou que recentemente teve seu comércio roubado acumulando um prejuízo de R$ 15 mil. Entre os itens que foram levados estão: uma televisão de 65 polegadas, aparelho de som, notebook, um aparelho de vídeo game e outros.
"Uma pessoa que tem contato com eles [criminosos] me procurou. Mas eu não vou ficar refém de bandido. Foi essa resposta que eu dei pra eles. Muitos aqui já estão pagando. Quer dizer, já estamos entrando num quadro aqui que a polícia não vai mais controlar", afirmou a vítima.
O alvo dos assaltantes são principalmente os comerciantes da região. Uma vítima registrou um boletim de ocorrência, mas segundo ele, a polícia não demonstrou muito interesse com o caso. Apesar das denúncias sobre a mensalidade para os criminosos, os moradores da região afirmam que a situação está cada vez mais fora de controle.
De acordo com os moradores, nos últimos seis meses a insegurança no local só aumentou. Um outro comerciante que também foi vítima das ações criminosas e não quis se identificar, contou que após o roubo uma pessoa fez a oferta dessa mensalidade para ele.
"Infelizmente a oferta foi feita pra mim, mas a gente já paga tanto imposto no dia a dia e a gente pagar mais uma taxa dessa para não ser roubado por eles mesmo, aí dá até vontade de desistir do comércio e procurar outro ramo de atividade", lamentou.
Morar e trabalhar na região têm sido um desafio para comerciantes do povoado Taboca do Pau Ferrado. Eles relataram que alguns empresários do ramo já fecharam seus negócios ou se mudaram do local. Os que ainda ficaram já estão pensando em ir embora.
"É muito triste, porque a gente luta para conseguir nossos bens. Inclusive, nós já fizemos um grupo daqui, nós todos, para quando um não tiver no seu estabelecimento, para dar apoio para o outro. Meu vizinho aqui do lado ele já vai vender, porque não suporta mais. A outra também está no mesmo caminho, e provavelmente eu vou tomar a mesma decisão. Se continuar dessa forma vou ter que fechar meu comércio", declarou a vítima, que não quis se identificar.
A Polícia Civil informou que tem feito diligências para identificar os autores desses crimes e vai organizar uma operação específica para prender os autores e os receptadores dos bens furtados e roubados. Afirmou também que vai determinar à Gerencia de Polícia Metropolitana que verifique o que realmente foi noticiado na delegacia da área.