O Piauí é o segundo estado brasileiro com maior número de pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes (ESCA) nas rodovias federais. A informação foi confirmada por meio de uma pesquisa do projeto MAPEAR, uma iniciativa da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em parceria com a Childhood Brasil.
O estudo foi realizado no biênio 2023/2024, abrangendo todas as rodovias federais e registrando um total de 17.687 pontos vulneráveis no país, representando um aumento de 83% em comparação ao levantamento anterior, de 2021/2022.
Segundo a pesquisa, no cenário nacional, Minas Gerais lidera com 3.581 pontos identificados, enquanto o Piauí ocupa a segunda posição com 2.496 pontos. A região Nordeste concentra a maior quantidade de pontos vulneráveis, somando 6.532.
De acordo com a PRF, o expressivo crescimento no número de pontos vulneráveis não implica, necessariamente, em um aumento proporcional de risco.
A proporção de pontos classificados como críticos diminuiu de 6,6% para 4,6%, enquanto os de alto risco caíram de 19,5% para 14,5%. Esse movimento é atribuído ao fortalecimento das ações de fiscalização e intervenção, que ampliam a base de dados e identificam novos pontos de menor criticidade.
Entre as rodovias federais que cortam o Piauí e foram citadas no relatório, está a BR-116, com o maior número de pontos vulneráveis no país, totalizando 2.398, e a BR-101, com 1.533 pontos. Essas estradas são importantes corredores de transporte, com grande fluxo de veículos, o que facilita um mapeamento mais abrangente. A BR-153, apesar de ter um número absoluto menor de pontos, possui a maior proporção de pontos críticos (8,2%).
O relatório destaca que Minas Gerais, Piauí, Santa Catarina e Bahia concentram os maiores números de pontos mapeados. Já o Piauí, com uma malha rodoviária menor de cerca de 2.800 km, apresenta o segundo maior número de pontos.
O MAPEAR é um projeto da PRF que visa identificar áreas de risco para a ESCA, onde crianças e adolescentes podem estar expostos a situações de vulnerabilidade. As áreas são classificadas como críticas, de alto, médio ou baixo risco, conforme características como proximidade de estabelecimentos comerciais, movimento de veículos e histórico de ocorrências.
Fonte: portal R10