No próximo mês, a pecuária piauiense completa um ano desde a conquista do status de área livre de febre aftosa sem vacinação com reconhecimento nacional. Nesse período, o reconhecimento já trouxe impactos significativos para o mercado bovino do estado, impulsionando a compra e venda de animais. O destaque fica para o aumento do trânsito de gado para outros estados, que cresceu 24% em relação ao ano de 2023.
Os dados fazem parte do Relatório de Análise do Trânsito Animal com Guia de Trânsito Animal (GTA) elaborado e publicado anualmente pela Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), autarquia vinculada à Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada). Em 2024, a movimentação de bovinos dentro e fora do estado ultrapassou meio milhão de cabeças (504.636), alta de 10% em relação ao ano anterior. Desse total, quase 123,5 mil animais foram destinados a 14 estados brasileiros.
O documento revela ainda que a principal finalidade dos bovinos movimentados foi a engorda, somando mais de 323,8 mil animais. A Bahia foi o principal destino do gado piauiense, recebendo 39,6 mil cabeças, seguida pelo Maranhão, com 19,3 mil. São Paulo, o estado mais rico do país, ocupou a terceira posição, adquirindo pouco mais de 15,5 mil bovinos.
“O empenho do Governo do Piauí, por meio da Adapi, e do setor produtivo na vacinação em massa do rebanho ao longo das últimas duas décadas foi fundamental para que o gado piauiense voltasse a se destacar no mercado nacional”, afirmou Fábio Abreu, secretário da Defesa Agropecuária do Piauí, pontuando que a conquista tem todo o empenho do governador Rafael Fonteles e que a próxima meta é alcançar o reconhecimento internacional. “Estamos trabalhando para cumprir todas as exigências restantes e obter esse novo status sanitário ”, finalizou o gestor.
Reconhecimento internacional
Em dezembro, o Piauí avançou mais uma etapa rumo a esse reconhecimento internacional, ao ser aprovado em uma nova supervisão de seguimento conduzida por auditores fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Durante a inspeção, foram avaliadas as melhorias implementadas no Plano de Ação de Defesa Sanitária, visando garantir a segurança e a saúde animal no estado.
“A evolução do Piauí tem sido notável. Em comparação com a supervisão realizada em julho, quando a Adapi havia concluído, totalmente, 40% das exigências do plano de ação; agora, com a auditoria mais recente, esse número saltou para 80%”, destacou João Rodrigues, diretor-geral da Adapi.
Ele ressaltou o compromisso do governo e dos servidores da Adapi com a saúde animal e o fortalecimento da pecuária piauiense. “Esse avanço rápido demonstra a seriedade com que tratamos a saúde pública e o desenvolvimento do setor agropecuário no Piauí”, afirmou o gestor.
O Mapa encaminhou, em setembro de 2024, o pleito à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A votação está marcada para maio, durante a sessão geral da 92ª Assembleia Geral da OMSA, em Paris, na França. Esse status abrirá novas oportunidades para os pecuaristas do Piauí, permitindo a comercialização do rebanho no mercado internacional e contribuindo para atração de investimentos externos e agroindústrias de proteína animal.
Rebanho bovino
Com o status alcançado, também, houve crescimento no efetivo total de bovinos no Piauí, saltando de 1,8 milhão para 2,1 milhões cabeças, entre os anos de 2023 e 2025, o que corresponde a 16,6% de aumento do rebanho piauiense.
Fonte: Governo do Estado