A Polícia Federal do Maranhão deflagrou na manhã desta quinta-feira (15), a operação Arfante que investiga grupo criminoso fraudando recursos destinado para a pandemia da covid-19. Um dos alvos mora no residencial Montevideo, no bairro Gurupi, em Teresina.
Os
policiais cumprem mandados de busca, apreensão e prisão nos municípios de
Presidente Dutra/MA, Colinas/MA e Teresina.
Segundo a PF/MA, a finalidade é desarticular grupo criminoso estruturado para
promover fraudes licitatórias e irregularidades contratuais no âmbito do
município de Presidente Dutra/MA, envolvendo recursos públicos federais que
seriam utilizados no combate à pandemia da covid-19.
A Polícia Federal do Maranhão cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e 13 de prisões.
De acordo com a PF, a investigação teve início a partir de informações produzidas pela Secretaria de Fazenda do estado do Maranhão que apontou irregularidades na emissão de notas fiscais de compra e de venda de insumos por uma empresa contratada pelo município.
“Com o avanço da investigação foram identificados indícios de direcionamento nas contratações realizadas pela Prefeitura Municipal de Presidente Dutra/MA, através da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretaria Municipal Assistência Social, para aquisição de equipamentos de proteção individual – EPIs, equipamentos hospitalares e medicamentos a serem utilizados no combate à epidemia de covid-19, no valor de R$ 2.072.298,92 (dois milhões, setenta e dois mil e duzentos e noventa e oito reais e noventa e dois centavos).
O valor dos contratos entre o município de Presidente Dutra/MA e a referida empresa corresponde a mais de 50% de todo o recurso investido pelo referido município no combate a pandemia. Além disso, foi identificado que dos 33 contratos que a empresa possui com prefeituras do interior do Maranhão, 31 foram assinados somente com a Prefeitura Municipal de Presidente Dutra/MA.
Os contratos investigados tiveram origem em processos administrativos de dispensa de licitação, nos quais a Polícia Federal encontrou diversos indícios de montagem nas propostas de preços apresentadas pelas empresas participantes, bem como indícios de falsificação de assinaturas.
“A
Polícia Federal verificou ainda que as mesmas empresas que participaram dos
processos de dispensa de licitação sob investigação também participaram de
diversos outros processos licitatórios realizados pelo município, sendo que duas
dessas empresas não foram localizadas pelos investigadores, havendo fortes
indícios de serem empresas fantasmas, utilizadas unicamente para maquiar a
montagem de procedimentos licitatórios e possibilitar possíveis práticas de
desvios de verbas públicas e lavagem de dinheiro”, diz a nota da PF.
Na operação, 42 policiais federais cumpriram as determinações
judiciais
expedidas pela 1ª Vara Federal Criminal da SJMA, que decorreram de
representação elaborada pela Polícia Federal.
Se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder pelos crimes de
fraude à licitação, peculato, sonegação fiscal, lavagem de capitais e
associação criminosa, com penas que somadas podem chegar a 34 anos de prisão.
A denominação “ARFANTE” faz referência a falta de ar ocasionada pela covid-19, haja vista que um dos equipamentos supostamente fornecidos pela empresa se tratava de um respirador remanufaturado.