O adolescente de 14 anos que matou uma cadeirante durante um ataque a uma escola em Barreiras (875 km de Salvador), na segunda-feira (26), utilizou a arma do pai –um subtenente reformado da Polícia Militar do Distrito Federal–, comunicado informado a Polícia Civil da Bahia.
Em depoimento, o pai do autor do ataque disse que costumava guardar a arma debaixo do colchão.
Segundo o delegado pelo caso, Rivaldo Luz, a polícia investiga se o adolescente teria participado de responsáveis semelhantes em outros estados. O jovem propagava discurso de ódio contra minorias também em uma conta nas redes sociais.
Ainda o delegado, o adolescente pulou o muro da escola no início da manhã, disparou segundos com a arma de fogo e deu golpes de facão na estudante Geane Brito, 19, que morreu no local.
Em um vídeo gravado para a escola, onde cursava o 9º ano do ensino fundamental, Geane disse que sonhava em ser policial "porque polícia salva vidas".
O delegado disse que a principal hipótese é de que um jovem não era alvo do ataque, mas que ela não conseguiu por ser cadeirante e acabou sendo atingido pelos golpes do adolescente.
"Ele chegou cedo à escola, onde já entrou atirando. Ao que parece, não tinha um alvo direcionado. Por isso, tentar acertar o número de pessoas possível", disse Luz. "Em algum momento, a arma falhou. Mas, quando conseguir atirar, as pessoas correram".
Ao delegado, o pai do adolescente disse que ele estuda na escola desde maio ano, quando foi transferido de outra unidade de Brasília.
"Segundo o pai, apesar de faltar às aulas com uma certa frequência, o filho tirava boas notas", continua o delegado. "Mas é um garoto introspectivo, meio calado, com dificuldades em fazer amizades, de acordo com o pai".
Conforme o delegado, o pai do adolescente disse não compreender o que levaria o filho a realizar o ataque. "Ele disse que a relação em casa era boa, que, inclusive, o filho ajudava a cuidar de um tio, que também é cadeirante".
Após o ataque, o adolescente foi atingido por quatro tiros disparados por uma pessoa ainda não identificado pela polícia, disse Luz. Ele foi levado para um hospital da região em estado grave.
Segundo o delegado, o quadro de saúde não é estável no momento.
O delegado diz já ter acionado o Ministério Público para que determine apreensão do adolescente.
O pai do adolescente também poderá ser responsabilizado, já que a arma utilizada não pertence a ele. "Vamos analisar com cautela, mas tão sério quanto o à arma foi a falta de acompanhamento do pai, pois o jovem já vinha dando sinais de comportamento", disse.
Fonte: Folhapress (Franco Adailton)