Os governadores Rodrigo Garcia (SP), Claudio Castro (RJ), Romeu Zema (MG), Ranolfo Vieira Júnior (RS), Ratinho Jr. (PR) e Paulo Câmara (PE) anunciaram nesta terça-feira (1º) o uso de equipes da Polícia Militar para ajudar a liberar rodovias bloqueadas por manifestantes bolsonaristas, que protestam contra a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas no domingo (30).
A decisão acontece após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes liberar a atuação dos agentes militares para auxiliar na desobstrução das vias, que começaram a ser bloqueadas por bolsonaristas após o resultado das eleições.
Na decisão, Moraes destacou que as polícias militares "possuem plenas atribuições constitucionais e legais para atuar em face desses ilícitos". O ministro impõe multa de R$ 100 mil por hora e prisão em flagrante delito aos que estiverem cometendo crimes contra o Estado Democrático de Direito.
SÃO PAULO
O governador Rodrigo Garcia (PSDB) disse que, se necessário, a Polícia Militar empregará o uso de força para desobstruir vias bloqueadas por manifestantes bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições e fez um apelo para que os atos com pedidos antidemocráticos sejam encerrados.
"Procuramos dialogar e negociar
com esses manifestantes para que as vias fossem desobstruídas. E hoje (1º),
agora pela manhã, em virtude da decisão do STF, as negociações se encerram e, a
partir de agora, vamos aplicar aquilo que determina a decisão judicial
iniciando com multas de R$ 100 mil por hora para cada veículo que esteja
contribuindo com essa obstrução. A partir daí também fichando e eventualmente
prendendo aqueles manifestantes que porventura resistirem a desobstruir as vias
e, se necessário, o emprego de uso de força", disse Rodrigo em coletiva de
imprensa.
Imagens exibidas pela GloboNews mostraram, no começo da tarde, a Tropa de
Choque em atuação na rodovia Castello Branco.
RIO DE JANEIRO
O governador Claudio Castro (PL)
ordenou ao Batalhão de Choque da PM que atue para liberar as vias do estado.
"É preciso respeitar o resultado das urnas. Quem foi vitorioso precisa ter
a tranquilidade de reunir forças e trabalhar pelo Brasil", destacou.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD-RJ), também anunciou o apoio da GM (Guarda Municipal) para manter "a livre circulação em nossa cidade, certamente com o apoio da PM".
"Protestar é um direito de todos. O que não pode é baderna e prejudicar o povo trabalhador em razão da ação de pequenos grupos claramente com fins políticos. Na cidade do Rio não iremos permitir", publicou Paes no Twitter.
MINAS GERAIS
Responsável pelo comando da PM mineira, Romeu Zema (Novo) afirmou em postagem nas redes que as forças de segurança do estado vão liberar as estradas interditadas.
"Já solicitei às nossas forças de segurança que tomem as medidas necessárias para desobstruir qualquer via ou qualquer estrada que esteja interditada por manifestação. A eleição já acabou e agora nós temos que garantir o direito das pessoas de ir e vir e também que as mercadorias cheguem onde precisam para não haver desabastecimento. Vamos cumprir a lei", disse Zema.
PARANÁ
Por meio de nota, o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), informou que a Polícia Militar "já está cumprindo" a decisão do STF.
"A Polícia Militar do Paraná já está cumprindo a decisão do Supremo Tribunal Federal de desbloqueio das rodovias federais, estaduais e dos trechos urbanos. O direito de livre circulação no território nacional é uma garantia do povo brasileiro. É momento de pacificar o Brasil. As eleições de 2022 ocorreram de maneira democrática e a decisão soberana das urnas precisa ser respeitada", diz a nota.
PERNAMBUCO
Paulo Câmara (PSB) informou, por meio
da SDS (Secretaria de Defesa Social) do estado, que atenderá decisão do STF e
auxilia a PRF na desobstrução das vias. Segundo a SDS, não há registros de
bloqueios nas rodovias estaduais.
"As operativas vinculadas à SDS, a exemplo da Polícia Militar, estão
empregadas nos trabalhos. Não há registro, até o momento, de interdições em
rodovias estaduais", comunicou.
RIO GRANDE DO SUL
Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) criou na segunda-feira (31) um gabinete de crise e nesta terça anunciou o emprego dos batalhões da Brigada Militar para conter as manifestações e liberar as rodovias bloqueadas.
"Determinei o emprego dos nossos batalhões para usar a força necessária para conter essas manifestações. A ideia inicial é tentar dissuadir as pessoas na base da conversa, mas se não houver resultado, vamos agir, autuando todos, identificando cada um e até mesmo empresas. Depois disso, vamos remeter tudo à Justiça, como manda a determinação do STF", disse.
Ranolfo ressaltou que manifestação pacífica "é algo natural, agora, quando ela se excede, o estado precisa agir". "Respeitamos qualquer protesto, mas desde que seja ordeiro e pacífico. O resultado das eleições já foi proclamado pelo Tribunal Superior Eleitoral e ganhar ou perder um pleito faz parte do jogo democrático", completou.
COLETIVA
Em coletiva, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou no início da tarde desta terça que há 267 pontos de interdição ativos nas estradas federais de todo o país, com apoiadores de Jair Bolsonaro contestando o resultado das eleições.
A corporação disse que o estado com mais interdições é Santa Catarina, seguido por Pará e Mato Grosso, e que a Polícia Federal, a Força Nacional e a Polícia Militar foram mobilizadas para ajudar a liberar as rodovias.
"Estamos em uma operação sinérgica para restabelecer a ordem o quanto antes, liberar o trânsito nas rodovias e resolver o mais rápido possível, para garantir o direito de ir e vir dos cidadãos e o escoamento de mercadorias e pessoas nas rodovias federais", disse o diretor-executivo, Marco Antonio Territo.