A Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática (DRCI) cumpriu dois mandados de busca e apreensão na residência de dois adolescentes de 12 e 14 anos que são suspeitos de serem os autores de mensagens com ameaças contra uma escola na zona Norte de Teresina.
O delegado Humberto Mácola, da DRCI, afirmou ao Cidadeverde.com que os dois jovens criaram uma página no Instagram afirmando que haveria um massacre na escola.
“Chegou a notícia de que um massacre ocorreria em uma escola na zona norte no dia 27 de março. Eles criaram uma página no Instagram informando que ocorreria esse massacre, então nós fizemos uma investigação, e chegamos a autoria de um jovem de 12 anos e outro de 14 anos”, informou o delegado.
Os dois jovens já admitiram o crime e alegaram que seria uma brincadeira, pois o motivo seria o bullying que sofriam por parte dos colegas.
“Eles confessaram o que fizeram. Eles são alunos dessa escola onde disseram que ocorreria o massacre. O objetivo era assustar, porque eles disseram que sofriam bullying, que eram alvos de xingamentos de algumas pessoas. Hoje cumprimos mandados de busca, apreensão e apreendemos os celulares. Os pais ficaram surpresos com essa situação”, explicou Humberto Mácola.
Os dois adolescentes não foram apreendidos, mas vão responder pelos crimes. “Eles podem ser responsabilizados por um crime análogo à ameaça e falso alarme. A nossa investigação aqui está concluída”, disse o delegado.
Outras denúncias relacionadas a mensagens que estão circulando sobre ataques são alvos de investigação na Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática. “Estamos fazendo outras investigações, as pessoas que recebem essas mensagens e fazem o Boletim de Ocorrência, nós. A Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática está atenta”, destacou.
As investigações serão encaminhadas para Delegacia do Menor Infrator de Teresina, já que se trata de caso envolvendo adolescentes.
Governo orienta sobre fake news
O governo do estado publicou ontem nota informando que as mensagens de possíveis invasões de escolas que circulam há cerca de quinze dias no estado até agora não passam de trotes, fake news.
Criar e compartilhar fake news, desinformação, dependendo da mentira, do dano que causou, do contexto, ele pode ser enquadrado em vários crimes. Na hora de se informar, o cidadão deve levar em consideração fontes oficiais e confiáveis.
As mensagens estão circulando no Piauí e em outros estados, provocando apreensão nos pais de alunos. Até agora não há nenhuma confirmação.
Veja nota do governo do estado:
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) estão cientes das informações que circulam nas redes sociais e tomando as seguintes providências:
• A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Crimes Virtuais, está investigando as mensagens que circulam nas redes sociais;
• A Companhia Independente de Policiamento Escolar – CIPE intensificou as rondas no entorno e nas escolas da rede, além de realizar palestras com orientações para professores e estudantes;
• A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) orientou que todas as escolas registrem Boletins de Ocorrência sobre possíveis ameaças e/ou outras situações de violência;
• A Seduc convocou 54 novos psicólogos e assistentes sociais para compor as equipes multiprofissionais, que estão atuando na prevenção da violência e nas questões relacionais às competências socioemocionais nas escolas;
• A Seduc orientou todas as escolas a trabalhar o tema de bullying e violência por meio do Projeto Semana Presente, que acontece de 10 a 14 de abril em todas as unidades de ensino;
• A Seduc realiza desde 2020 o Projeto Estudar Pode Ser Leve, por meio do Canal Educação. A ação tem como objetivo a realização de palestras, rodas de conversas e atividades didático-pedagógicas envolvendo estudantes, professores e profissionais de diversas áreas que trabalham diretamente com as competências socioemocionais. O programa é transmitido semanalmente em dois momentos.
• A Seduc e SSP criaram um Grupo de Trabalho para articulação de uma rede protetiva para as crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, além da criação de um Plano para fomentar a Cultura de Paz nas Escolas.
• Além disso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a SaferNet Brasil, criou um canal exclusivo para recebimento de informações de casos suspeitos de ataques a instituições de ensino. As denúncias estão sendo recebidas por meio de formulário disponível no endereço: www.mj.gov.br/escolasegura. Todos os conteúdos enviados serão mantidos sob sigilo. A pasta deve investir R$ 150 milhões no apoio às rondas escolares e ações similares.
Como identificar conteúdos enganosos