A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (19/12), a Operação Creta, visando combater desvio de recursos públicos federais provenientes de emendas do Relator Geral (conhecidas como RP9 ou orçamento secreto).
Participaram da operação cerca de 60 policiais federais, com o apoio dos auditores da Controladoria Geral da União - CGU. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de sequestro de bens e valores em endereços vinculados aos investigados, residências e empresas vencedoras das licitações, abrangendo Brasília/DF, Teresina/PI, Valença/PI, Pimenteiras/PI e Juazeiro do Norte/CE. As ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Piauí.
A investigação teve início a partir dos resultados de fiscalização conjunta entre a CGU e a PF, que constatou indícios de fraude e direcionamento das contratações no âmbito do município de Pimenteiras/PI. Foi observado que as obras estavam sendo executadas diretamente por agentes públicos do município, em detrimento da empresa vencedora das licitações.
Suspeita-se que o grupo repita o mesmo "modus operandi" em outros municípios da região, utilizando diferentes empresas. Além disso, foram identificadas irregularidades em contratos e aditivos celebrados pelos entes com as empresas investigadas, levando ao sequestro de bens e valores dos investigados, totalizando mais de R$ 15 milhões.
O objetivo da operação é interromper a prática criminosa, coletar provas para reforçar a tese investigativa, identificar outros envolvidos no esquema, além de recuperar bens e ativos adquiridos com os recursos desviados.
O inquérito policial apura crimes licitatórios, crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O nome da operação, "CRETA", faz referência ao mito grego, onde Dédalo e seu filho fugiram da ilha de Creta utilizando asas coladas com cera, mas a cera derreteu quando voaram próximo ao sol, ocasionando a queda dos mesmos.