A morte do caseiro Antônio Marcos Vieira Gomes, 48 anos, conhecido como Loirinho, encontrado morto numa propriedade na Vila Beira Rio ainda desafia a polícia cientifica do Piauí. Na próxima semana, o porco apontado como causador do ferimento que levou o caseiro à morte, deve passar por nova perícia, para sanar dúvidas que ainda pairam sobre o caso.
O caseiro foi encontrado morto no dia 21 de novembro e o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a vítima morreu em decorrência de uma hemorragia numa artéria femoral, na coxa direita.
"O delegado Bruno Ursulino nos chamou aqui hoje para informar que a perícia tem interesse em adquirir o animal para que sejam feitos estudos. E o dono da chácara disse ao delegado que está disposto a ceder o barrão e auxiliar a perícia", disse o advogado Dr. Albelar Prado, que esteve na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa acompanhado dos donos da propriedade onde o caseiro foi encontrado morto.
A primeira perícia do animal foi realizada após a morte do caseiro. Na ocasião, o barrão precisou ser sedado para que fosse analisado pelos peritos.
O advogado disse, ainda, que o animal tem histórico de violência e já teria atacado outras pessoas na propriedade.
"Ele chegou a atacar outras duas pessoas sem gravidade, chegando a rasgar as roupas das vítimas, mas seu causar ferimentos", disse.
Após reunião com o delegado que investiga o caso, o advogado disse que a polícia ainda não afastou, por completo, a possibilidade de ação humana na morte do caseiro.
"A possibilidade que o caseiro tenha sido ferido por uma faca ainda não foi afastada por definitivo pela polícia. O caso ainda está na fase de investigação e caminha para essa linha, de que uma presa do animal tenha provocado o ferimento que acabou levando o rapaz a morte", disse.
O advogado explicou que a dimensão da presa do animal é compatível com o ferimento encontrado no corpo da vítima.
"A presa do animal tem cerca de cinco centímetros, abaixo da presa existe uma outra menor que funciona como um amolador da presa maior e por isso ela pode funcionar como uma ferramenta perfuro cortante. Segundo a perícia, essa presa do animal é compatível com o ferimento, uma vez que a força empregada pela mordida do animal pode fazer com que ela entre um pouco mais no corpo da vítima", explicou.
Família abalada e propriedade vandalizada
Segundo o advogado, os donos da propriedade e todos os membros da família estão abalados.
"Ele, a esposa e os filhos estão todos abalados com a situação, porque ficaram apreensivos, pensando que seriam presos por uma situação que eles não têm responsabilidade nenhuma", afirmou.
A esposa do dono da propriedade traz na pele as marcas de alergias provocadas pelo estresse que tem vivido com sua família nos últimos dois meses. Ela falou com exclusividade ao Cidadeverde.com e disse que seus filhos estão fazendo acompanhamento psicológico, desde que o caso ganhou repercussão.
"Meus dois filhos, de 14 anos e seis anos, não querem ir para escola, porque as pessoas ficam perguntando sobre o caso. Eles ouvem uma coisa aqui e outra ali e não conseguem entender a situação", disse a mulher.
A mulher revelou, ainda, que seu esposo e seu enteado foram ameaçados de morte, por membros da comunidade onde a propriedade fica localizada.
"Eles ameaçaram meu esposo e meu enteado de morte. Foi só a polícia sair de lá que as ameaças começara", relembrou.
Ela também relatou que a propriedade da família foi vandalizada.
"Invadiram nossa propriedade, mataram animais, atiraram nas nossas porcas. Mataram os animais e fizeram churrasco lá dentro da nossa propriedade. Eles quebraram a TV do sítio e roubaram a bomba do poço", disse a mulher tremula.
A nova perícia no barrão deve ser realizada na próxima semana.