A Polícia Civil do Piauí já identificou de onde vieram as doações feitas a família hospitalizada nesta quarta-feira (1º) com sinais de intoxicação alimentar na cidade de Parnaíba, litoral do Piauí. Um jovem de 18 anos acabou morrendo no momento que era atendimento por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e outras oito pessoas, sendo quatro adultos e quatro crianças, foram internadas nos Hospitais Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) e Nossa Senhora de Fátima.
No começo da tarde desta quinta-feira (2), o HEDA confirmou, por meio de nota (leia no final da matéria) a morte de uma das crianças, um menino de 1 ano e 8 meses. Duas mulheres uma de 17 anos e outra de 41 anos tiveram alta, equanto as demais vitímas seguem hospitalizadas: uma delas é Francisca Maria Silva, mãe dos meninos mortos com veneno no caju e sua filha de apenas 3 anos, que estão em estado grave.
“Eles fizeram o recolhimento dos materiais tendo em vista que tudo indicava a intoxicação alimentar. A polícia já conseguiu identificar essas pessoas que fizeram as doações e a informação preliminar que se tem é que são pessoas já que fazem esse tipo de filantropia há bastante, tempo naquela comunidade. Foi levantado que já é comum eles fazerem esse tipo de doação, não só para essa família, mas para várias pessoas da comunidade”, explica o delegado Célio Benício, diretor de policiamento do interior do Piauí.
Testemunhas relataram à polícia que a família recebeu a doação de uma cesta básica, juntamente com as manjubas, para a família ainda no fim da manhã. No local do crime, a polícia recolheu todos os materiais, como peixe e arroz que serão periciados.
Segundo o delegado Célio Benício, uma criança de 11 anos está consciente e a polícia deve colher o depoimento nos próximos dias.
“Apenas uma criança de 11 anos está em estado de consciência. Tratando-se de uma criança o momento é delicado ainda. Ela se encontra hospitalizada e a equipe de investigação terá todo cuidado devido para conversar com ela. É muito cedo para descartar qualquer hipótese. É uma investigação complexa então é muito cedo para descartar qualquer possiblidade do que tenha vindo a acontecer. A gente acredita que com o tempo, inclusive com a recuperação dessas pessoas, elas possam trazer informações relevantes para conclusão dessa investigação”, disse o delegado.
A investigação também busca detalhes sobre a informação de que o aquífero onde os peixes foram recolhidos estivesse contaminado. Outro ponto que está sendo levado em consideração é uma possível ligação entre o envenenamento de duas crianças da mesma família em agosto de 2024.
Os nove envenenados são familiares e amigos de Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7 anos, que morreram depois de comerem cajus envenenados. O jovem de 18 anos que morreu ontem era tio de Ulisses e João Miguel. A polícia investiga se existe alguma ligação entre os casos.
“Essa situação está sendo inclusive averiguada pela equipe. E essa situação vai ser trazida a essa investigação para verificar se há alguma relação ou não. Isso vai ser feito pela equipe do delegado Abimael”, encerra.
O laudo toxicológico deve sair em até 10 dias.
Nota à Imprensa
O Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) lamenta profundamente o falecimento de I. D. S., de apenas 1 ano e 8 meses, que deu entrada sob os cuidados do hospital nesta quarta-feira (1ª). Expressamos nossas mais sinceras condolências à família neste momento de imensa dor.
A equipe multidisciplinar do HEDA atuou com total dedicação, seguindo todos os protocolos e medidas necessárias para garantir o melhor atendimento à criança desde sua admissão na unidade.
O HEDA reafirma seu compromisso com a saúde e bem-estar da população, bem como com a transparência em todas as suas ações. Não obstante, em conformidade com a legislação pertinente à privacidade, não serão divulgados detalhes adicionais sobre o caso.
Atenciosamente,
Dr. Carlos Teixeira
Diretor técnico do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA)
Fonte: Cidade Verde