A febre oropouche, doença com oito casos confirmados no Piauí até esta quinta-feira (11), se caracteriza por sintomas semelhantes ao da dengue. O médico neurologista Marcelo Adriano explica que apesar dos sinais iniciais serem leves, é necessário se atentar para uma eventual evolução e agravamento do quadro infeccioso do vírus mosquito transmitido por meio da picada do mosquito Culicoides paraenses.
“Durante a doença o indivíduo fica com a prostração intensa, não consegue fazer nada. Além disso, fica febril e com dor no corpo, perde completamente a energia e a força de realizar as atividades. Em alguns casos, que são raros, pode haver também infecção do sistema nervoso centra. O vírus pode invadir o sistema nervoso causando quadros de meningite ou de encefalite”, destaca o especialista.
Devido às semelhanças, os casos de febre oropouche notificados foram inicialmente notificados pelas unidades de saúde dos municípios como dengue. O diagnóstico correto só foi possível após uma investigação laboratorial da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), por meio do Laboratório Central (Lacen-PI).
"Os casos migraram para as unidades de saúde com todo um quadro suspeito de dengue e na realidade, quado Lancen-PI recebeu o material e foram fazendo o diagnóstico e descartando as arboviroses, dengue, zika e chikungunya. Essa doença que se assemelha a todos os sinais de dengue, o complicador maior é o cuidado com a diarreia”, pontua Amélia Costa, coordenadora de epidemiologia da Sesapi.
Apesar disso, o médico neurologista ressalta que não há razão para pânico em relação à nova doença em circulação no estado. “Essa detecção representa um motivo a mais para se ter cuidado em relação a mosquitos, tanto na formação dos seus criadouros, seja em casa, vias públicas e terrenos baldios, quanto com o contato com o mosquito”, destaca Marcelo Adriano.
Segundo a Sesapi, foram cinco casos de febre oropouche detectados na cidade de Amarante e três em Teresina. Seis pacientes possuem idades entre 20 e 59 anos, enquanto outros dois estão na faixa etária de 60 anos ou mais.
Fonte: Cidade Verde