Nessa quarta-feira (15), a Universidade Federal do Piauí decidiu retomar o ensino remoto devido à greve dos motorista e cobradores do transporte público de Teresina, que teve início na última segunda-feira (13).
Segundo a medida, todos os chefes de departamentos e coordenadores de cursos da graduação do Campus Ministro Petrônio Portella devem adotar o sistema.
A determinação da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG) prevê evitar que a paralisação das atividades da categoria comprometa a conclusão do período letivo 2022.2, que tem previsão de término para o dia 3 de abril.
“As atividades acadêmicas de finalização do período letivo 2022.2 poderão ocorrer por meio do uso de tecnologias digitais, em caráter extraordinário, conforme decisão do corpo docente, considerando as especificidades dos componentes curriculares administrados nos cursos de graduação presenciais”, informou.
Crise no transporte público
A crise no transporte público de Teresina já perdura há quase 3 anos, desde o decreto municipal de calamidade pública, estabelecido em março de 2020, que suspendeu o transporte público de Teresina, no início da pandemia da covid-19.
Após a suspensão e início da retomada das atividades comerciais, já aconteceram greves gerais, paralisações, por parte dos trabalhadores que viram sistematicamente seus direitos trabalhistas serem esvaídos.
Houve ainda, a desativação dos terminais de integração e a depredação das 40 estações de transbordo, além da falta de manutenção nos veículos, o que resulta em uma frota sucateada.
A Câmara de Vereadores de Teresina chegou a realizar uma CPI para apurar possíveis irregularidades nos contratos entre a prefeitura e as empresas, mas os problemas permaneceram.
Nessa última segunda-feira (13), motoristas e cobradores de ônibus decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado após várias tentativas de negociação com a Prefeitura Municipal de Teresina (CMT) e o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT). A categoria reivindica o reajuste do salário para R$ 2.830 com jornada de 7h20, ticket alimentação de R$ 600 e plano de saúde.
Na última reunião realizada entre os trabalhadores e empresários, a categoria não aceitou a proposta de reajuste de 6% nos salários, 20% no auxílio alimentação e 33% no auxílio saúde.
Como a população está se locomovendo?
Na última quinta-feira (09), a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) iniciou os cadastros de ônibus e vans para atenderem os usuários do transporte público em Teresina, no intuito de suprir a demanda da capital.