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Tragédia

Mistério no RS: bolo de Natal está no centro de investigação sobre morte de 3 pessoas da mesma famílial

Exames iniciais revelaram a presença de um elemento químico, o arsênio, no sangue das pessoas que comeram o bolo. Novos resultados ainda devem sair.

Publicada em 30/12/24 às 09:05h - 27 visualizações

por Fantástico


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 (Foto: Fantástico)
A polícia investiga a morte de três mulheres da mesma família que comeram um bolo de Natal no litoral gaúcho. Outros três familiares passaram mal, incluindo a mulher que preparou o bolo.

Zeli dos Anjos, a responsável pelo preparo, mora em Arroio do Sal (RS). Segundo uma vizinha, todo Natal ela faz o bolo, que tem passas, frutas cristalizadas e glacê.

"Sempre o marido que cozinhava. Ela disse que nunca foi boa de cozinha. O único doce que ela sabia fazer era o tal do bolo de reis, todo ano", diz a comerciante Marila dos Santos.
A aposentada Zeli, de 61 anos, se mudou de vez com o marido, Paulo, para a casa de veraneio depois das enchentes de maio, em Canoas, cidade onde morava na região metropolitana de Porto Alegre.

Segundo outro vizinho, a convivência era "muito boa". "Os dois caminhavam na praia. Ele era pescador, meu amigo. Ele pescava com rede. E ele sempre passava com a esposa", diz o aposentado Sérgio José de Souza.

Em setembro, Paulo morreu depois de ter tido uma suposta intoxicação alimentar. Agora, depois da tragédia deste Natal, a morte dele vai ser investigada.

"Ele vai ser exumado. Vai passar por uma necropsia pelos nossos peritos médicos legistas, a fim de identificar também substâncias como venenos, toxinas e mesmo medicamentos que podem ter provocado essa situação", afirma Lara Regina Soccol Gris, perita do Instituto Geral de Perícias do RS.
De Arroio do Sal, Zeli foi até o município de Torres, a 30 quilômetros, para se encontrar com a família e repetir uma tradição de Natal. A confraternização foi em um apartamento onde a irmã Maida morava com o marido, o Jefferson.

Mortes e substância química
Zeli preparou o bolo no dia 23, antes do Natal. Três das pessoas que comeram, morreram: as irmãs dela, Neuza e Maida, e a sobrinha Tatiana. Já o João, marido de Neuza e pai de Tatiana, não comeu o bolo. O neto dele, de 10 anos, está internado.

Informações divulgadas pela polícia sobre o resultado dos exames iniciais revelaram a presença de um elemento químico, o arsênio, no sangue de Zeli, de Neuza e do filho de Tatiana.
Em nota, o Instituto Geral de Perícias afirma que essas informações não são oficiais. A polícia aguarda o resultado de todos os exames para confirmar a presença do arsênio no corpo das três vítimas fatais, bem como outra substância nociva ao corpo humano.

O delegado Marcos Vinicius Veloso, da Polícia Civil do RS, explica que, segundo depoimentos, houve um apagão na cidade de Zeli. Sem energia, muitos itens da geladeira dela estragaram. Alguns deles teriam sido jogados fora, enquanto outros teriam sido reaproveitados.

"Segundo o que nós estamos verificando nas investigações, alguns desses itens, como uvas-passas e frutas cristalizadas, podem ter sido reutilizados no bolo. Isso um mês depois", afirma o delegado.
Segundo o delegado, é preciso aprofundar as investigações para entender se esse seria o motivo de ter sido encontrado arsênio "tanto na mulher que fez o bolo, que está hospitalizada", quanto no sangue das outras pessoas.

"Quem comia, logo sentia o gosto estranho. Tão logo o menino de 10 anos comeu e também reclamou do sabor, ela colocou a mão em cima do bolo e falou: 'Agora ninguém mais come'. E as pessoas começaram a passar mal naquele momento", explica o delegado.

Arsênio nos alimentos
O arsênio está presente naturalmente em alimentos, mas em quantidades que não são consideradas perigosas.
"Não se tem relatos de casos de intoxicação pela forma orgânica, que são aquelas encontradas em frutos do mar. Em peixes, principalmente", explica Rafael Lanaro, presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia.
Indústrias como as de painéis solares e luzes de LED usam arsênio, que também tem aplicação médica.
"Ele pode ser utilizado, na medicina, para tratamento oncológico, em algumas situações especiais e em alguns casos de leucemia", esclarece Jesus Antonio Velho, perito criminal da Polícia Federal.

Investigação continua
Maida Berenice Flores da Silva, de 58 anos, foi a primeira a morrer. Ela e o marido se mudaram para Torres (RS) depois da aposentadoria. Eram professores e gostavam de viajar. Jeferson teve sintomas mais leves. Foi atendido e liberado logo depois.

Na manhã de sábado (28), a reportagem do Fantástico encontrou o marido da Maida, o Jeferson, no hospital de Torres. Ele tinha retornado em busca de mais uma consulta porque ainda está sentindo sintomas da intoxicação.

Ele está muito abalado com a perda da mulher com quem foi casado por cerca de 30 anos. Segundo Jeferson, a família prefere não gravar entrevista, mas ele relatou que nenhum dos parentes acredita que a mulher que preparou o bolo, a Zeli, tenha sido a responsável pela tragédia.

"Como toda família, existem divergências. Mas são divergências que, pelo que foi apurado até o momento, são muito pequenas. Nessa fase da investigação, nós não temos a convicção de que possa ter ocorrido um crime doloso", diz o delegado Marcos Vinicius Veloso.
A polícia já conversou informalmente com Zeli no hospital onde ela permanece internada. O delegado disse que está aguardando a recuperação dela para colher um novo depoimento e tentar entender o que exatamente aconteceu no dia da preparação do bolo.

Segundo o último boletim médico emitido pelo hospital, o quadro clínico da Zeli é estável.

Fonte: Fantástico




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